Investigação japonesa “promete” criar uma “terceira geração” de dentes

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Os resultados da investigação liderada por Katsu Takahashi – publicada em fevereiro de 2021 – demonstra que “o USAG-1 controla o número de dentes inibindo o desenvolvimento de potenciais germes dentários em camundongos selvagens ou mutantes sem dentes”. Os investigadores concluem que “a administração de anticorpos anti-USAG-1 é, portanto, uma abordagem promissora para a terapia de regeneração dentária”.

O que há de novo?  

Investigadores no Japão estão a desenvolver um medicamento que pode permitir o crescimento de dentes em seres humanos. A experiência inicial desencadeou o crescimento dentário em camundongos e furões, sendo agora anunciado planos para lançar ensaios clínicos em julho de 2024.  

Como funciona? 

Em 2007, os investigadores relataram a descoberta de que camundongos com genes USAG-1 também tinham dentes extras. A proteína do gene desempenha um papel no desenvolvimento de muitas partes do corpo e, portanto, derrubá-lo para desencadear o crescimento do dente não era uma opção. O estudo incidiu na testagem de diferentes anticorpos monoclonais – proteínas feitas em laboratório projetadas para se ligar a certas moléculas – em camundongos com uma condição que os fazia nascer com menos dentes do que o normal. O objetivo era encontrar um que pudesse interromper a atividade da proteína USAG-1 de forma a permitir que os animais desenvolvessem novos dentes enquanto permanecessem saudáveis. Em 2021, descobriram o referido anticorpo, observando que também desencadeou o crescimento dentário em furões, que, segundo Takahashi, têm “padrões dentários semelhantes aos humanos”. 

Olhando para o futuro 

O estudo prepara-se para testar a segurança de seu anticorpo monoclonal, TRG035, em pessoas com agenesia dentária congénita. Se comprovada a sua segurança, seguir-se-iam ensaios que testassem a sua eficácia. Se a terapia for aprovada, os investigadores preveem que ela seja usada primeiro para fazer crescer novos dentes em crianças de 2 a 6 anos com sinais de agenesia. Eventualmente, poderia ser administrado a pessoas que nasceram com o número certo de dentes, mas perderam alguns deles na idade adulta. 

O panorama  

Cerca de 1% da população apresenta o inverso da anodontia: hiperdontia, uma condição congénita que causa um número de dentes acima do normal. De acordo com a investigação de Takahashi, um em cada três desses casos manifesta-se como o crescimento de uma terceira dentição. Takahashi acredita que, na “maioria dos casos, a capacidade dos humanos de desenvolver um terceiro conjunto foi perdida com o tempo”. Quando o tratamento dos dentes não é mais possível devido a cáries graves ou periodontite, as pessoas precisam de recorrer a próteses dentárias ou implantes. A capacidade de desenvolver dentes de terceira geração pode mudar isso. “Esperamos chegar a um momento em que a medicina de regeneração dentária seja uma terceira opção ao lado de próteses e implantes”, sublinha o investigador nipónico. 

A pesquisa está disponível em: 

https://www.kitano-hp.or.jp/toothreg/  

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33579703/ 

https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abf1798 

18 Setembro 2023
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