Cigarros eletrónicos podem não ajudar a deixar de fumar
Especialistas consideram que a moda dos cigarros eletrónicos é um retrocesso na luta contra o hábito.
A coordenadora da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Ana Figueiredo, em declarações ao Público, comparou o uso destes cigarros aos ‘light’ e ‘slim’, que tinham “menos nicotina, também pretendiam diminuir o consumo (tabágico), mas muitas vezes as pessoas acabavam por fumar ainda mais”.
O cigarro eletrónico simula o ato de fumar com um dito normal.
Tem de estar ligado à eletricidade com um carregador para produzir um vapor a imitar o fumo, através de um líquido que contém nicotina que está armazenado numa cápsula.
No entanto, pouco se sabe o que realmente contêm estes cigarros, visto que já surgiram algumas suspeitas, fundamentadas em estudos preliminares, que o fumo destes produtos não contém só nicotina.
O objetivo é afastar os agentes cancerígenos, como o alcatrão ou o monóxido de carbono, que diminuem os riscos para a saúde “mas não libertam da dependência”, disse Sérgio Vinagre, coordenador regional do programa de prevenção e controlo do tabagismo da região Norte, ao mesmo jornal.
O especialista proferiu ainda que estes produtos são vendidos como se fosse de “luxo, de ‘glamour’ e que parece que até faz bem”.
Algumas polémicas têm surgido à volta do assunto, visto que legalmente não há nada que proíba as marcas destes cigarros de os venderem a crianças, visto que há um vazio legal.
É proibida a venda de tabaco a menores, mas estes cigarros não contêm folha de tabaco, pelo que tecnicamente podem ser vendidos a este público.
No entanto, no mês passado foi aprovada uma série de diretivas que visa legislar estes produtos, que vão obrigar as marcas de Portugal e estados-membros da UE a incluir com a venda avisos sobre os malefícios para a saúde.
Haverá também restrições para a publicidade.
28 Janeiro 2014
Atualidade