Miguel Pavão sublinha carências no SNS
O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas considera que é “um desperdício do erário público haver 32 consultórios dentários parados”, reafirmando que “as carências no SNS não se devem à falta de médicos dentistas”.
Em entrevista ao Jornal Público, citado pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Miguel Pavão considera que é “um desperdício do erário público haver 32 consultórios dentários parados”, reafirmando que “as carências no SNS não se devem à falta de médicos dentistas”, considerando que “a criação da carreira é essencial para fixar estes profissionais no setor público”.
Miguel Pavão considerou um “paradoxo” o facto de estes 32 consultórios estarem fechados por falta de médicos dentistas. “Somos o segundo país da UE a formar mais médicos dentistas, só atrás da Roménia. Emigram cerca de 14%, e este é um número que entristece o país, mas o que falta é criar condições de atratividade e fixação destes profissionais ao SNS. Há muitos jovens médicos dentistas que querem lutar pelo seu país e integrar o serviço público, mas na verdade não lhes são dadas as devidas condições”, explicou o bastonário da OMD.
“Estamos perante um desperdício do erário público, mas, no fundo, este é um problema que se repete ao longo dos anos. Os cuidados de saúde oral e de medicina dentária continuam a não fazer parte das prioridades de qualquer Governo. De acordo com a OCDE, Portugal é o terceiro país da União Europeia (UE) com mais necessidades dentárias não satisfeitas e a verdade é que a população continua desprovida destes cuidados”, reagiu Miguel Pavão.
A OMD sublinha que “parte destes gabinetes, refira-se, foram montados e equipados com as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, conforme consta da versão final do Relatório da Saúde Oral em Portugal, apresentado em dezembro do ano passado pela Direção Executiva do SNS, no âmbito da reforma dos cuidados de saúde oral no SNS”. Segundo a Ordem, o referido relatório “prevê a criação de 143 novos gabinetes de medicina dentária e uma média aproximada de pelo menos um médico dentista enquadrado numa carreira especial por cada dois gabinetes”.
11 Setembro 2024
Atualidade