“Os denturistas não querem ser dentistas”
Alberto Carvalho, presidente da Associação Portuguesa de Denturistas, desvenda – em artigo de opinião publicado na LabPro 34 – o que é o denturismo:
“O denturismo é um tema novo no cenário da medicina dentária em Portugal. Mal se começou a falar no assunto, logo gerou grande controvérsia. Há silêncio tácito da parte dos dentistas e, da parte dos protésicos, um misto de hostilidade e apoio.
Relembro que o denturismo existe como especialidade devidamente ensinada, credenciada e regulamentada, em alguns países europeus imediatamente após a 2ª Guerra Mundial, e que nesses países, no denturismo, assim como a medicina dentária, há muito que se encontra plenamente enquadrado nos respetivos Sistemas Nacionais de Saúde, estatuto que nem a medicina dentária em Portugal presentemente goza.
O denturismo contrariamente ao que Luís Costa, presidente da APTD em entrevista recente declarou, não é apenas um fenómeno dos países da Common Wealth e da Suíça. Existe também na Dinamarca, Holanda, Finlândia, Lituânia, Reino Unido, Irlanda, Bélgica, Canadá, USA, Austrália, Nova Zelândia, e mais uns quantos países e com múltiplos cursos na maioria destes países. A maior parte destes países estão muito melhor qualificados na OCDE que Portugal, tanto a nível de saúde, incluindo medicina dentária, como de educação e economia, logo deve ser lógico concluir que há muito sabem algo neste campo, que o mundo lusófono ainda não aprendeu. Levamos em média, 50 anos de atraso, neste campo em relação a alguns desses países onde existe denturismo.
Os denturistas surgiram da mesma forma que os assistentes dentários e higienistas: através da delegação de tarefas clínicas por causa da crescente complexidade e avanços técnicos da medicina dentária – não para ser concorrência a ninguém.
Os denturistas não querem ser dentistas, são técnicos de prótese dentária com formação clínica complementar, tirada dos programas de medicina dentária dos países onde exercem a profissão, que apenas reclamaram e obtiveram independência na responsabilidade pelo seu trabalho, apenas em prótese removível”.
Artigo completo na LabPro 34.
11 Março 2019
Opinião